quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Janescleide: Resquícios de uma Paixão



Por Dr Viking

Tava puto ontem. Sei lá porque , mas tava.
Aí, já eram quase meia noite quanto eu estava na porra do MSN (naofodeporra@arrotmail.cu) sem conversar com ninguém - por que essa porra de bater papinho no computador é coisa de babaca - quando de uma hora para outra eu vejo alguém me chamar para uma conversa.
Eu imediatamente coloquei meus dedos à postos no teclado. Estava pronto para digitar as mais incríveis ofensas quando percebi que o Nick da pessoa que me chamava era “Janes, a Deusa do Amor”.
Como que por encanto fui acometido de uma “paudurescência” nunca antes experimentada. Era o sinal! O sinal rígido de quem estava ali ao alcance do meu teclado e da minha ejaculação virtual.
Era ela, a minha musa, a mulher que eu nunca esqueci, a Deusa que me fez gemer sem sentir dor, e única filha da puta de mulher que de maneira fleumática me fez chorar, quando me disse que torcia para o Vasco.
Alí estava ela, numa clara evidencia de que a democratização do acesso a internet deveria ter limites.
Em sua primeira frase ela diz: - Viking é você?
Como meu mau humor nunca se rendeu ao tesão e ao coração, respondi:
- Não, aqui é o saxofonista do FRESNO.
- Ah, meu lindo, você sempre tão espirituoso.
- Espirituoso é o caralho, eu não gosto destas coisas de macumba.
- Achei seu email do MSN num site de pornografia e escatologia. Vc sempre muito safadinho.
E eis que ela começa a falar pra caralho.
Ela me contava a sua odisseia de voltar do trabalho em ônibus lotado, engarrafamentos monstros, com chuva e alagamento na cidade de São Paulo.
Relatou que mesmo saindo do posto de gasolina onde trabalha lá pelas 18hs, só estava chegando em casa naquele momento.
Aí, para acabar de fuder com a minha paciência, começou a relatar sua saga.
Pegar o ônibus já é foda. E com um mundo de gente no ponto e um medo terrível que a chuva comece a cair – e é certo que ela vai cair – ai fudeu tudo.
Então chega o ônibus (Móoca / Cú do Mundo), cheio pra caralho.
Ela, com seus 1,49m de altura tem que se esforçar muito para disputar um lugar na porta de entrada. Depois de várias cotoveladas, cabeçadas e de muitas dedadas ela consegue entrar.
Aí é que começa a merda propriamente dita. Baixinha demais ela fica sendo alvo de sarro nas costas e não na bunda como seria o mais previsível.
Além, é claro, de ficar com a cabeça na altura do sovaco dos indivíduos, que trabalharam o dia todo e não tem como tomar um banho antes de ir para casa. Pensa que já está ruim? Fudeu, fica pior.
Começa a chover para caralho como é normal naquela porra de lugar chamado São Paulo. O que fazem os passageiros? Imediatamente fecham todas as janelas.
Aí sim, o inferno se instala no recinto, muito calor e a sovacada começa a exalar os seus piores odores.
Nem consigo ouvir o resto do relato.
Apesar de ser um cara sem frescuras, pro caralho com essa situação.
Vai ser fudida assim lá na casa do caralho!
Para disfarçar e para ela pensar que a conexão caiu, escrevi o sinal de ocupado:
- Tu, tu, tu, tu, tu, tu...

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